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Estudo revela que 70% das mulheres no Brasil estão com baixa autoestima

Novo levantamento realizado pela ONG Think Olga mapeia os impactos na saúde mental das mulheres brasileiras depois da pandemia e quais aspectos individuais e coletivos mais causam sofrimento. Mais de mil entrevistadas tiveram de avaliar as próprias vidas de 0 a 10, e a maior nota foi 3,2.

Revista Garota do Mês - por Revista Marie Claire
30/08/2023 12h50 Atualizado em 30/08/2023 12h50

Nova pesquisa mapeia impactos em saúde mental de mulheres brasileiras depois da pandemia - Foto: Reprodução/Internet

Se as brasileiras pudessem avaliar o quão satisfeitas estão com suas próprias vidas, o percentual seria de 30%. É o que aponta um novo levantamento divulgado nesta quarta-feira (30) pelo Laboratório de Inovação da Think Olga, ONG de inovação com foco em mulheres. Além de mostrar que as mulheres estão completamente insatisfeitas, a pesquisa mapeia a situação da saúde mental das mulheres no Brasil pós-pandemia.


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O estudo Esgotadas busca entender porque o sofrimento psíquico é maior em mulheres, analisando quais aspectos individuais e coletivos são os que mais impactam na saúde mental delas. Em 2019, 7 em cada 10 brasileiras tinham um diagnóstico de depressão e ansiedade no Brasil, de acordo com o Institute For Health, Metrics and Evaluation. Além disso, a taxa de depressão é o dobro em mulheres, e uma em cada cinco das brasileiras tem algum Transtorno Mental Comum (TCM), segundo dados do Instituto Cactus de 2021.

Na pesquisa do Lab Think Olga 2023, as entrevistadas foram pedidas para avaliar, com notas de 0 a 10, oito áreas de suas vidas – que vão de estilo de vida e trabalho a relações interpessoais.

A nota mais alta que elas deram foi de 3,2 para as relações amorosas; a mais baixa foi de 1,4, para a situação financeira. Outros pilares avaliados foram relações familiares (3), relação consigo mesma e autoestima (2,7), relação com amizades ou com a comunidade, saúde emocional (ambos com nota 2,4), relação com o trabalho (2,2) e capacidade de conciliar diferentes áreas da vida (2,1).

O estudo entrevistou 1.078 mulheres brasileiras, entre 12 e 16 de maio deste ano. A margem de erro é de 3 pontos percentuais e há intervalo de confiança de 95%. As participantes são residentes em todas as regiões brasileiras, de diversas classes sociais e identidades raciais. As principais entrevistadas residem na região Sudeste (42%), têm mais de 50 anos (28%), são brancas (51%) e heterossexuais (86%). Metade delas integram a classe social DE e 55% têm filhos.

Trabalho e estrutura financeira lideram em motivos que impactam saúde mental nas brasileiras - Foto: Divulgação



Falta de dinheiro

O mapeamento demonstra que a situação financeira e o trabalho são os fatores que mais causam sofrimento mental nas brasileiras. Cerca de 48% delas se sentem esgotadas por estarem em uma situação financeira apertada e/ou restrita. Além disso, 35% estão endividadas e 22% dependem financeiramente de terceiros.

Com relação à saúde mental no trabalho, 32% acredita que recebe uma remuneração baixa; 22% se sentem sobrecarregadas devido ao trabalho doméstico; e 21% se sentem invisíveis ou não reconhecidas no trabalho que desempenham.

Relacionamentos

No campo das relações interpessoais, 25% das entrevistadas pelo estudo dizem ter poucas amizades ou amizades tóxicas. A solidão ou pouca interação social é sentida por 24% delas, e 20% são impactadas por uma árdua jornada de trabalho doméstico ou funções ligadas ao cuidado.

O relacionamento amoroso aparece em seguida, com 19% das mulheres dizendo sentir falta de ter uma parceria e 17% impactadas por problemas amorosos e conjugais, como separação e desentendimento, por exemplo. Depois, aparecem os problemas e/ou responsabilidades com filhos e falta de rede de apoio, ambos com 16%.

Discriminação e estilo de vida

O estudo mapeou ainda que 21% das mulheres entrevistadas sentem que são alvos de atitudes machistas e 9% sentem que são discriminadas socialmente por conta da classe social. Cerca de 4% sentem ser alvos de racismo; 3% de xenofobia; e 2% de homofobia.

Quando o assunto é estilo de vida, o que mais incomoda é a pressão estética, em 26%, seguido de redes sociais (22%) e, empatados em 21%, a pressão da família ou da comunidade para fazer algo que não quer e não poder viver de acordo com quem se é de verdade.


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