BLOG DO DODÔ

COTIDIANO E HISTÓRIA

 
 Por Luís Salvador - Dodô

 Dodô é professor, palestrante, historiador da cidade de Mimoso do Sul

 

Joana Darc – O Séc. Xv – Jehanne Darc – A Donzela De Orléans



29/06/2021 20h13 Atualizado em 29/06/2021 20h13



O uso do apóstrofo no nome de Joana D’arc é um erro. Este apóstrofo só existe na língua portuguesa e é inexistente nos outros idiomas. O século XV, século de Joana D’arc é o século das Reformas religiosas. Do surgimento do Renascimento. É a saída do feudalismo para a entrada no Mundo Moderno. Trata-se da transição do feudalismo para o capitalismo mercantil (séc. XV). Ascensão da burguesia e consolidação dos Estados Nacionais (séc. XVI); hegemonia espanhola (sob Carlos V e Felipe II), ou seja, a Nação mais rica da época era a Espanha; reinado progressista de Isabel I, na Inglaterra. Grandes invenções: bússola, pólvora, papel, gravura, imprensa. Descobrimento de outras rotas marítimas e de novos continentes. Apogeu do mercantilismo e implantação do sistema colonial. Desenvolvimento das ciências exatas e naturais; formulação do heliocentrismo (Copérnico). Reformas religiosas: luteranismo (Alemanha), calvinismo (França) e anglicanismo (Inglaterra). Renascimento na Itália e em outros países da Europa. A França e a Inglaterra estavam em guerra – Guerra dos Cem Anos. Joana D’arc é a mulher mais comentada da História com mais de 20 mil estátuas públicas.


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A França não era propriamente um país como hoje é conhecido. Constituía-se de vários feudos (Aldeias -Fazendas). E foi numa dessas aldeias (Domrémy – Nordeste da França) que, em 1412 (06 de Janeiro) nasceu uma criança que se tornaria famosa (célebre). Filha de pobres lavradores aprendeu a fiar a lã junto com sua mãe e guardava o rebanho de ovelhas. Teve três irmãos e uma irmã. Não aprendeu a ler, nem a escrever, pois cedo o trabalho lhe absorveu as horas. A aldeia era bastante afastada e os rumores da guerra (França x Inglaterra – só terminaria em 1453 – Guerra dos 100 Anos) demoravam a chegar. Finalmente, um dia, Joana d'Arc tomou contato com os horrores da guerra, quando as tropas inglesas se aproximaram e toda a família precisou fugir e se esconder.

Aos 12 anos começou a ter visões. Era um dia de verão, ao meio-dia. Joana orava no jardim próximo à sua casa, quando escutou uma voz que lhe dizia para ter confiança no Senhor. A figura que ela divisou, foi identificada como sendo a do arcanjo São Miguel. As duas mensageiras espirituais que o acompanhavam, se tratava de Catarina e Margarida, ambas santas conforme a Igreja que ela frequentava. Eles lhe falam da situação do país e lhe revelam uma missão. Ela deve ir em socorro do Delfim e coroá-lo rei da França. Durante quatro anos, ela hesitou e a história de suas visões começou a se espalhar. Ao alvorecer de um dia de inverno, ela se levanta. Está decidida. Prepara uma ligeira bagagem, um embrulhozinho, um bastão de viagem, murmura adeus aos seus pais e parte. Nunca mais aquela aldeia da Lorena a verá.

Ela vai para a guerra no convívio apenas com homens. E pega, inclusive, na espada para guerrear. A Igreja católica vai se posicionar com o objetivo de provar que Joana D’arc era uma enviada do demônio. Afinal, que espécie de rei era aquele que se deixara enganar por uma bruxa? Fala-se aqui de Carlos VII.

Durante 6 meses ela é submetida a uma verdadeira tortura moral. Os interrogatórios são longos, cansativos. Finalmente, a execução de Joana D’arc se dá na praça central de Roeun, no dia 30 de maio de 1431 (20 anos).

Seu cabelo foi raspado e, por temerem a reação do povo, 120 homens armados a escoltam até o local. Ela é atada a um poste e a fogueira é acesa. Quando as chamas a envolvem e lhe mordem as carnes, ela exclama: "Sim, minhas vozes eram de Deus! Minhas vozes não me enganaram." Era a prova inequívoca da mediunidade que lhe guiara a trajetória terrena.

No capítulo XXXI do livro dos médiuns, vindo a lume no ano de 1861, quando o Codificador Alan Kardec reúne Dissertações Espíritas, confere à de Joana D'Arc o número 12, onde ela se dirige aos médiuns, em especial, concitando-os ao exercício do mediunato. Recomenda-lhes, ainda, que confiem em seu anjo guardião e que lutem contra o escolho da mediunidade que é o orgulho. Conselhos que ela, em sua vida terrena, na qualidade de médium, muito bem seguira. (Fonte: Joana D'Arc, médium, Léon Denis).

Joana D’arc foi queimada viva em Rouen, na praça do Vieux-Marché, em 30 de maio de 1431, sem que o rei (Carlos VII) se importasse. Em reconhecimento, porém, este a tornará nobre, assim como sua família, em 24 de dezembro de 1429. E em 7 de julho de 1456, em Rouen, um tribunal reclamado pela mãe de Joana declarará seu processo cheio de roubos, calúnias, iniquidade, sendo portanto anulado.

O primeiro filme que trata de Joana D’arc foi lançado em 1898 com o título de Jeanne Darc por Georges Hatot. No Museu do Louvre existe uma estátua sua esculpida por François Rudé em 1852. Voltaire escreveu que Joan D’arc foi uma infeliz idiota.

Em 1803 a municipalidade de Orléans (França – região abaixo de Paris) pede a Napoleão Bonaparte que refaça a estátua de Joana D’arc destruída em 1792. O que Napoleão imediatamente aprova. A pedido do Bispo de Orléans, Napoleão retoma com a celebração da data da libertação da cidade por Joana D’arc.

Os processos de condenação de Joana D’arc existem e compreendem 5 volumes.






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