BLOG DO DODÔ

COTIDIANO E HISTÓRIA

 
 Por Luís Salvador - Dodô

 Dodô é professor, palestrante, historiador da cidade de Mimoso do Sul

 

A História Russa



29/05/2021 09h41 Atualizado em 29/05/2021 09h41



Nossa história começa com a Guerra da Crimeia (1853 – 1856). Depois desta guerra a Rússia se posicionou bastante contrária aos ideais capitalistas do Ocidente. Sabe-se que a Rússia também perdeu esta guerra. E perdeu muito credibilidade em relação ao Ocidente. A Guerra da Criméia envolveu o Czar russo Nicolau I.

A Crimeia é uma região frontal ao norte do Mar Negro. Sua parte leste faz divisa com o Mar de Azov. Separada da Turquia pelo Mar Negro.


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Nicolau I nasceu no ano de 1796 (fim do século XVIII). Seu nome era Nicolau Pavlovich Romanov ele era o terceiro filho do Czar Paulo I. Sua mãe era, portanto, a imperatriz Maria Fedorovna. Seu filho, Nicolau I foi desde cedo educado para ser Czar. A Guerra Patriótica de 1812 (antes da Guerra da Crimeia), modo pelo qual a Rússia se refere à invasão de seu território pelas forças napoleônicas, acabou por produzir uma enorme influência nas visões de mundo do futuro Czar. Inspirado pelo patriotismo e confiante na vitória, Nicolau buscou ser integrado às forças armadas russas, desejo este que só foi atendido em 1814 quando o Czar Alexandre I permitiu que seus irmãos participassem do exército, todavia, estes não se envolveram ativamente do combate (KAPUSTINA, 1996, p. 262).

Depois que o conflito terminou, Nicolau I passou a dedicar seu tempo ao estudo das Ciências Militares e Estratégias de Guerra, dedicando muita atenção as campanhas de 1814 e 1815. E em 1817, assumiu o cargo de Inspetor Geral da Divisão de Engenharia do Exército, passando assim a comandar uma brigada e posteriormente uma divisão de soldados. Embora sentisse prazer no ambiente militar, não era bem visto por seus subordinados devido à rígida disciplina que exigia. A isso se soma o fato de que muitos dos homens sob seu comando eram veteranos de Guerra.

O Czar Alexandre I seguia os ideais prussianos porque ficara encantado como a forma que o Czar Alexandre I conduzia a Prússia. Porém, um grupo opositor pretendia assassinar o Czar Alexandre I da Prússia. Só que Alexandre I morre antes (19/12/1825) de cólera.

Na manhã do dia 14 de dezembro de 1825, ao mesmo tempo em que o juramento de Nicolau I era lido no Senado, este foi transmitido às tropas. Insuflados por seus oficiais comandantes, cerca de 800 soldados (número muito inferior ao que os conspiradores haviam inicialmente previsto) marcharam rumo ao Senado, negando-se a aceitar a coroação de Nicolau I e exigindo a formação de uma Assembleia Constituinte.

A violenta resposta de Nicolau I contra os revoltados foi apenas o primeiro ato nascido de um posicionamento que seria seguido pelo Czar até o fim de seu reinado, levando a Rússia, em última instância, à Guerra da Criméia.

Centralizando o poder do Império Russo em suas mãos, ao longo de seu reinado (1825-1855) o Czar Nicolau I se dedicou a conter os crescentes movimentos revolucionários que se espalhavam pela Europa. Sob seu comando, a Rússia recebeu a alcunha de “polícia da Europa”, papel que foi fortificado após os acontecimentos revolucionários dos anos de 1848 e 1849. Se por um lado as forças russas esmagaram a revolta húngara a pedido dos Habsburgo, por outro, Nicolau I exerceu forte pressão sobre Frederico Guilherme IV da Prússia para que este abandonasse sua postura passiva e sufocasse os movimentos de reforma dentro de sua nação (KENNEDY, 1989, p. 168).

Assim sendo, o grande inimigo identificado pela política externa de Nicolau I eram os próprios movimentos revolucionários, tidos como uma ameaça direta ao Antigo Regime, a dinastia dos Romanov e ao próprio Império Russo como era por ele compreendido. Em sua busca por esmagá-los, Nicolau I posicionou a Rússia no centro dos principais embates políticos e militares do seu tempo, culminando por fim na Guerra da Criméia.






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