BLOG DO DODÔ

COTIDIANO E HISTÓRIA

 
 Por Luís Salvador - Dodô

 Dodô é professor, palestrante, historiador da cidade de Mimoso do Sul

 

Entendendo de Política



15/05/2021 08h54 Atualizado em 15/05/2021 08h54



No ano de 1973 o mundo sofreu com a Crise do Petróleo. Uma crise de proporções mundiais provocado pela OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Neste ínterim o mundo se organiza para pensar uma solução para a Crise. A saída pensada foi à instalação de uma forma de política mundial conhecida pelo nome de Neoliberalismo com a intenção de superação desta crise. A crise provocou os processos inflacionários mundiais. Forçando as empresas, as indústrias a terem de diminuir os seus lucros. Isto porque o crescimento econômico diminuiu em nível mundial. Aí pensaram uma forma de se produzir uma reestruturação com a finalidade de retomar as taxas de crescimento alcançadas em períodos anteriores ao da Crise.

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Sabe-se que a crise altera o Estado de Bem-Estar Social de uma nação. Até porque na década de 70 dos anos de 1970 o modelo vigente era o modelo de acumulação baseados nos ideais Taylorista-Fordista. Muito evidenciado pelo filme: Tempos Modernos de Charles Chaplin. Para atenuar e esconder da população trabalhadora a crise. Os operários, empregados das fábricas foram denominados de colaboradores, cooperados, associados entre outros. Numa tentativa psicológica de se disfarçar a crise instalada.

Para complicar ainda mais o quadro, o Leste Europeu liderado pela URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas entra em queda com a Perestróica e o Presidente Mikhail Gobartchov. Destruindo um pouco dos ideais do marxismo. E o capitalismo se encheu de glória tipo peixe baiacú. E a partir deste episódio as empresas iniciaram um processo de exigência de qualificação profissional – profissional polivalente. Bem diferente daquele trabalhador interpretado por Charles Chaplin em Tempos Modernos. Aumentando a exploração do trabalhador na tentativa de aumentar o lucro das empresas (acumulação de renda). Como conseqüência os trabalhadores desqualificados caíram no desemprego, na marginalidade, hoje conhecido como desemprego estrutural, um subemprego nas piores da hipótese. Criando uma massa marginalizada.

Esse processo, digo da introdução do Neoliberalismo demorou cerca de 10 anos até ser totalmente implantado. Com o acirramento da pobreza a luta do capital versus trabalho se intensificou. E, ao contrário, do que se deseja com a política, a maioria da população tornou-se pobre. Quanto o ideal de uma nação é que a maioria de seu povo seja rica.

Quando este fato acontece é necessário a Intervenção do Estado para que se consiga evitar as Revoluções e a Guerra Civil. É aí que entra as Políticas Públicas. Já que a classe marginalizada tem dificuldade de se organizar por lhe faltar instruções educacionais. Para mascarar o problema o governo começa a tomar soluções paleatórias (que não resolvem os problemas). Criaram o prêmio: Operário Padrão. Uma estratégia para garantir a competitividade entre os trabalhadores e alguns discursos de ordem! Na intenção de evitar que os trabalhadores se revoltem contra os empregadores. Tipo: você tem que vestir a camisa da empresa, porque ela te dá o sustento. Quando se sabe que é exatamente o contrário é o empregado é quem sustenta o patrão e sua empresa.

Não existe outra saída aos governadores do que a implantação das Políticas Públicas. E opta-se, sempre, pelo jeito mais fácil que não resolve o problema, qual seja, a de Transferência de Renda. Que não vem sem perdas de direito, haja vista a questão da aposentadoria que agora exige tempo de contribuição e aumento da idade.

Aí entra novamente o Discurso Neoliberal. A culpa das crises é dos Sindicatos dos Trabalhadores. Lançando a culpa exatamente na Instituição que defende o trabalhador! Tentaram destruir a contribuição sindical, os sindicatos do Brasil. Outro discurso Neoliberal: O Estado não deve intervir no Mercado! Como não? Se os ricos cada vez ficam mais ricos e os pobres cada vez ficam mais pobres (Plageando As Meninas).

Aproveitando da desorganização do Governo em que os ricos recebem ajuda financeira e até mesmo vão as escolas retirarem cesta básica. Um exemplo é a lista dos beneficiados do Governo aqui mesmo na nossa cidade. Chegam de Corola nos Grupos escolares para retirarem a cesta básica. E se fartam com os R$ 600,00 direcionados aos miseráveis.

Fica claro que o sistema capitalista penaliza a classe trabalhadora. Gente, Política Pública foi feita para aqueles que vivem em estado de miséria. E lembre-se que quem produz a riqueza de uma Nação são os trabalhadores. O empregador apenas administra e explora os trabalhadores. “No cabo da minha enxada não conheço os Coronéis”. A crescente quantidade de pessoas no mundo vivendo abaixo da linha da miséria num grau de perversidade ainda não compreensível é assustador e degradante. Trata-se de uma derrota ao pensamento científico e cibernético. O meu objetivo ao escrever este texto é o de proporcionar ao leitor um olhar crítico frente às questões políticas, econômicas e sociais que se estar vivendo. Apesar da origem da palavra trabalho vir do tripalium, um antigo instrumento usado com os fins de tortura Não pretendo chegar a este exagero. Tudo com o intuito de manter o egoísta sistema de acumulação de capital. A ponto do compositor Eduardo Dusek sugestionar: troque seu cachorro por uma criança pobre!

Conclusão: o neoliberalismo resultou no agravamento das crises econômicas e sociais preexistentes. Aumentando a informalidade no trabalho e do desemprego estrutural.






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