BLOG DO DODÔ

COTIDIANO E HISTÓRIA

 
 Por Luís Salvador - Dodô

 Dodô é professor, palestrante, historiador da cidade de Mimoso do Sul

 

A Ponte Rio Niterói



09/05/2021 19h46 Atualizado em 09/05/2021 19h46



A ponte Rio-Niterói oficialmente denominada de Ponte Presidente Costa e Silva. Ela foi construída sobre a Baía de Guanabara demandando um tempo de construção de cinco anos. Teve o seu marco inicial em janeiro de 1969 (hoje na sua jovialidade está ainda com 51 anos de idade). Foi inaugurada em 04 de março de 1974. Trata-se de uma ponte com extensão de 13,29 km (9 km sobre água) com altura máxima (vão central) de 72 m. Foi visitada em 09 de novembro de 1968 (início simbólico) por nada menos que a Rainha Elizabeth II e pelo príncipe Filipe junto com o Duque de Edimburgo.

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Vocês se lembram do Solão? E do Paulinho Anão? Pois é, quando da inauguração desta ponte no momento em que comemorávamos sua inauguração. Solão fez cara de safado e afirmou: - Eu já a conheço passei sobre ela desde o tempo em que era de madeira!

Trata-se de uma obra bastante complexa da construção pesada brasileira. Já foi a maior ponte do mundo e é a maior ponte ainda do Hemisfério Sul. Atualmente a maior ponte do mundo está na China denominada de Danyang-Kunshan Grand Bridge. A China possui hoje as três maiores pontes do mundo. A Changhua e Kaohsiung (2ª), e a terceira Tianjin Grand Bridge. A quarta maior ponte do mundo está na Tailândia (Bang Na). A quinta está também na China a Hong Kong-Zhuhai-Macau. A sexta localiza-se no EUA sobre o Lago Pontchartrain Causeway. A sétima é a Ponte Manchac, também nos Estados Unidos. A oitava está na China trata-se da ponte Ponte da baía Hangzhou. A nona e a décima também são chinesas: Ponte do rio Runyang e a Ponte Donghai. Dá para perceber que a China domina as grandes obras da Construção Civil.

A ideia de construção partiu do Ministro dos Transportes da época (1967) Mário Andreazza. E em 21 de agosto do ano de 1968 o Presidente da República Artur da Costa e Silva encaminhou ao Legislativo o Projeto de Lei que autorizava a sua construção. Antes a ligação era feita através das Catamarans (balsas flutuantes que atravessavam os caminhões e carros de passeios). Ou teriam que percorrer os 120 km de rodovia. Na época a empresa (Consórcio) contratada chama-se COSELP ligando Cragoatá ao Calabouço.

No início dos anos de 1971 entraram no consórcio as grandes empresas nacionais: Camargo Corrêa, Mendes Júnior e a Rabello – formando o Consórcio Construtor Guanabara Ltda para a execução da parte da estrutura em concreto armado. E em 27 de abril entrou também para o consórcio a ECEX que era integrado pela firma brasileira Escritório de Engenharia Antônio Alves de Noronha Ltda e pela empresa inglesa Howard Needles Tammen and Bergendoff International Incorporated, responsáveis, respectivamente, pelo projeto e pela supervisão dos trabalhos, incluídos aí todos os atinentes a concreto e os da superestrutura do vão central, todo fabricado em aço. O Exército Brasileiro também entrou neste consórcio.

Já a parte em estrutura metálica ficaram por conta das firmas Readpath Dorman Long Limited e The Cleveland Bridge and Engineering Company Limited, responsáveis pela fabricação da superestrutura metálica do vão central e por sua montagem sobre os pilares correspondentes.



As vigas eram confeccionadas em concreto protendido nas partes de rampas e de concreto armado convencional nos restantes. O vão central que liga as duas metades da ponte possui 848 m de comprimento e pesa 14.000 toneladas foi montado na ilha do Cajú e depois transportado para o local içadas por macacos hidráulicos. Devido a presença dos aeroportos a altura da ponte foi limitada a 72 m (Galeão e Santo Dumont).

No dia de sua inauguração era a terceira maior ponte do mundo, com extensão inferior apenas à Chesapeake Bay Bridge-Tunnel, na Baía Chesapeake, no Estado de Virgínia, e à Causeway, no Lago Pontchartrain, ambas nos Estados Unidos, que haviam sido construídas pouco antes (1964 e 1969, respectivamente).

No início a ponte tinha que ser interditada ao trânsito quando os ventos alcançavam 60 km/h. Atualmente Esse problema que, em casos limites, chegara a ocasionar a interdição do tráfego foi resolvido com solução específica e consequente implantação de ADS – Atenuadores Dinâmicos Sincronizados, reduzindo-se oscilações da ordem de 120 cm para 4 cm, o que tornou o tráfego mais seguro e eliminou a necessidade de interdição.






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