BLOG DO DODÔ

COTIDIANO E HISTÓRIA

 
 Por Luís Salvador - Dodô

 Dodô é professor, palestrante, historiador da cidade de Mimoso do Sul

 

Oradores de Rua



15/02/2021 05h27 Atualizado em 15/02/2021 05h27

 

CIDADÃO DE PAPELÃO
"Um cara que catava papelão pediu Um pingado quente, em maus lençóis, nem voz Nem terno, nem tampouco ternura À margem de toda rua, sem identificação, sei não.

Um homem de pedra, de pó, de pé no chão De pé na cova, sem vocação, sem convicção À margem de toda candura Um cara, um papo, um sopapo, um papelão."



Meu amigo Braga. Conheci-o porquê trabalhou comigo. Foi ele quem me ajudou a soldar a torre de transmissão localizada nas proximidades do cemitério de Mimoso do Sul junto com o Alex Julião (filho da Tereza Juião). Aquela torre do Jurandir construída em terreno cedido pelo Evandro Abdalla que hoje serve de base para muitas antenas que levam à comunicação.

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A diferença fundamental entre o amor e o ódio dentro é que no primeiro sentimento – o amor – as áreas que se relacionam com julgamento e raciocínio são desativadas, por isso, muitas pessoas “tomam decisões enlouquecidas” quando estão envolvidas com um estado de amor pleno, contudo, ao se tratar do ódio, as áreas de julgamento e raciocínio são “parcialmente desativadas”, o que se entende que o indivíduo que odeia geralmente “não enlouquece”, mas, ao contrário, “tem muita consciência dos passos e das ações que toma”. Portanto, o senso comum tem razão, há uma linha tênue que separa o amor do ódio. E da sabedoria para a loucura! Pessoas enlouquecem por amor, mas, matam por puro ódio! Cuide-se! E também matam por amor.

Meu amigo Braga se encaixa na primeira opção: do amor e da loucura. Amor pela obra divina. Amor pelo próximo, amor pela simplicidade da vida! Guardo com carinho o cajado que ele me deu e já se encontra entre os elementos de minha coleção de espadas. Porque vi naquele cajado uma forma de espada que ele usou comparando a Bíblia como a espada que corta.

Pois bem, agora a grande indagação é — qual é a nossa resposta a tudo isso? É que a tarefa primordial da Igreja e do ministro cristão é a pregação da Palavra de Deus.

Que pretendo dizer com isso? Quero dizer, essencialmente, que no instante em que se considera a necessidade real do homem, como também a natureza da salvação anunciada e proclamada nas Escrituras, chega-se forçosamente à conclusão de que a tarefa primordial da Igreja consiste em pregar e proclamar a Verdade, consiste então em apontar a verdadeira necessidade do ser humano, e demonstrar qual é o único remédio, a única cura para tal necessidade.

Minha alegação inteira é que somente a Igreja pode fazer isso, razão por que o pregador é o único que pode tornar essa mensagem conhecida. Ele é separado pela Igreja a fim de servir nessa função e tarefa específicas. É isso que deve receber a prioridade e ser enfatizado, e necessariamente deve ser esse o caso. No momento em que percebemos a verdadeira necessidade do homem e vemos a única resposta, torna-se evidente que somente aqueles que estão na posse dessa compreensão podem transmitir essa mensagem aos que não a possuem.

Temos o direito de indagar, por certo, se esses métodos funcionam; quão eficazes são as suas palavras? Certo é que o Braga na sua humildade possui as características necessárias de um bom orador: Fala alto, carrega a sua fonte nas mãos (a Bíblia) e transmite a principal função da Igreja: Levar o Evangelho ao conhecimento de todos.

Mas, seja como for — e para mim esse é um importantíssimo argumento — é a pregação que lança os únicos princípios essenciais mediante os quais pode ser dada ajuda pessoal.

Ainda que só ouvido por alguns expectadores do jogo de bisca, da banca de jornal, pelos degustadores de sorvetes, ou mesmo para os que se abrigam do sol sob o frondoso ficus da nossa Praça, eis aí, o trabalho espontâneo de nosso amigo Braga!

Que Deus o recompense pelo heroico trabalho feito, sem vergonha, com humildade e para quem não deseja ouvir é só tampar os ouvidos ou se distrair com outras discussões políticas, religiosa ou a respeito do melhor time do Brasil, qual seja o Flamengo!